Olhar para a natureza é questão urgente. Cuidar do planeta, dos recursos naturais e promover uma cultura de amor e reverência ao verde é tarefa de todos nós, tanto cidadãos comuns quanto empresas de todos os tamanhos.
Não por acaso, a revista americana Time elegeu a adolescente e ativista sueca Greta Thunberg como a personalidade do ano em 2019. Essa atitude foi mais um grande convite à reflexão sobre o tema, o que é altamente positivo.
Fato é que a ideia de sustentabilidade virou assunto frequente nos corredores das empresas, e não é de hoje. O tema, de um jeito ou de outro, está em pauta há cerca de 20 anos. Muito se evoluiu desde então nesse aspecto, é verdade, mas, não há como negar que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Eis aí uma grande oportunidade.
Independentemente disso, é evidente que a sustentabilidade é um caminho irreversível, mesmo que sua evolução seja gradual e num ritmo mais lento do que todos nós gostaríamos. Neste caso, pode-se afirmar: não há retrocesso algum.
O conceito de green marketing
Em suma, o green marketing pode ser entendido como um conjunto de estratégias de marketing determinadas por uma empresa que se concentra na adoção de práticas mais sustentáveis e simpáticas com o verde e a sociedade.
O green marketing pode estar associado a um produto, uma marca ou até mesmo um serviço. Isso pode ser expresso de diferentes formas, desde o processo de produção e a aquisição de suprimentos e matérias-primas, até a forma como a companhia trata seus subprodutos e se relaciona com os funcionários e a comunidade. Esta, aliás, é uma tendência crescente hoje em dia no mercado.
A grande beleza do green marketing, no fim das contas, é unir em um só campo a sustentabilidade, uma vida mais equilibrada e harmônica, tudo dentro do desenvolvimento estratégico de uma marca. Ou seja, todos saem ganhando, empresas e sociedade. Porque o verde abre inúmeras possibilidades.
Os benefícios do green marketing
Para as empresas, uma das grandes vantagens do green marketing é a maior credibilidade conquistada junto ao mercado e, consequentemente, sobre os consumidores. Importante: mais do que minimizar os impactos negativos, a conduta de uma empresa com responsabilidade ambiental é promover impactos positivos.
Hoje em dia, as pessoas têm uma predisposição em investir seus ganhos em ações que estejam ligadas ao cuidado com o meio-ambiente e todo o fluxo da natureza. De acordo com um relatório publicado no ano passado pela Trend Watching, que mostra tendências de consumo, o item sustentabilidade tornou-se um diferencial competitivo bastante valorizado pelos clientes no momento de decidir por uma compra.
Os números comprovam essa realidade. Produtos com características sustentáveis vêm conquistando cada vez mais participação nas vendas das lojas, diz um estudo americano sobre o tema. Em 2014, esse porcentual era de 19,7%, em 2017, saltou para 22,3% e a previsão para este ano é atingir a marca de 25%. A curva, portanto, é de crescimento.
Atenção ao discurso e um bom exemplo
Só é importantíssimo alinhar o discurso sustentável com a prática no cotidiano. A pegada green marketing tem de ser real, integral. Os resultados têm de ser verdadeiros, não se pode restringir a uma ideia vaga e sem vida.
Porque os consumidores não aceitam mais um comportamento desse nível. Se isso acontecer, o elogio se torna crítica rapidamente, às vezes em questão de minutos. Afinal, green marketing não se resume a uma propaganda, mas a uma atitude. Essa conduta de incompatibilidade do discurso com a prática tem até nome. É denominada greenwashing.
Aqui no Brasil, a Natura é um bom exemplo de empresa verdadeiramente sustentável. Como seu próprio nome indica, a fabricante de produtos de bem-estar e beleza utiliza ingredientes naturais e ligados à biodiversidade brasileira.
Além disso, não usa base animal, tampouco realiza testes em animais. Ou seja, são produtos veganos. Vale citar ainda o apoio a causas ambientais, tão recorrentes no cotidiano da empresa, que integra o hall de empresas mais sustentáveis do mundo.
Ações práticas de valorização do verde
Caminhar pelo universo do green marketing significa, na essência, atuar com responsabilidade ambiental, além de uma visão sustentável do ponto de vista econômico, social e cultural. O desenvolvimento sustentável é um norte importante nesse contexto. É um estilo de vida. O green marketing é, sem dúvida, um diferencial competitivo frente aos concorrentes no mercado. Esse diferencial expande o mercado e aumenta os lucros.
“Em 2019,, cerca de 25% de todos os projetos de paisagismo que desenvolvemos foram pensados para lojas e estabelecimentos do varejo. Isso porque, na arquitetura, o verde é o elemento mais sinestésico de todos, ou seja, o que consegue impactar e envolver o maior número de sentidos do consumidor integralmente, de uma só vez, enriquecendo a experiência de compra”, comenta Danilo Vilela, diretor de marketing da Vertical Garden. Isso porque, além do efeito sinestésico, as plantas têm a capacidade de reduzir em até 14% os níveis de tensão e ansiedade das pessoas, em 44% a sensação de raiva e em 38% a de fadiga, o que obviamente impacta na permanência e disposição emocional dos consumidores no varejo, seja em uma loja, restaurante ou shopping center.
Um ótimo exemplo que ilustra isso é a pesquisa norte-americana intitulada “Uma dose de natureza e compras: O potencial restaurador da biofilia em centros de estilo de vida”. O estudo avaliou o impacto do paisagismo e de elementos da natureza sobre o comportamento de consumidores em pontos do varejo.
O resultado mostra que o verde em locais de arquitetura mais aberta influenciam o comportamento de compra ao exercerem efeito direto sobre a sensação de relaxamento, bem-estar, fascinação, permanência e até mesmo sobre a inclinação do consumidor para a compra de produtos no preço cheio, sem descontos.