Pesquisas revelam o impacto positivo da simulação de elementos naturais em ambientes fechados. As plantas artificiais, ideais para esse tipo de espaço, estão sendo cada vez mais utilizadas.
O aumento da população nos grandes centros urbanos e o crescimento vertical das cidades, com construções enormes para cima, pedem novas soluções para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas. Arquitetos, decoradores e paisagistas estão diante um grande desafio para deixar não só os ambientes mais belos, saudáveis e harmônicos, mas também para oferecer o máximo de conforto possível aos seus ocupantes.
Aproximar homens e mulheres de sua mais pura essência, ou seja, a natureza, é um dos estímulos que movem esses profissionais nessa era moderna. A pergunta que não quer calar é: como tornar ambientes fechados, cercados de muros e paredes de concretos mais convidativos e agradáveis às pessoas?
Uma das respostas para essa questão está na simulação de espaços naturais em ambientes fechados. Na prática, isso significa criar situações que apontem na direção do verde, das plantas, das nuvens, da água, enfim, de elementos que caracterizam essa ligação umbilical homem-natureza.
Isso pode acontecer a partir de diferentes soluções. Por exemplo, a representação da natureza em quadros decorativos, adesivos nas paredes e no teto, televisão com imagens reais do lado externo, plantas artificiais, entre muitas outras soluções criativas.
A ciência da Natureza Permanente
Fato é que a incorporação de simulações da natureza em nossa arquitetura é uma alternativa prática e econômica. Até agora, as pesquisas acadêmicas que exploram ambientes naturais versus ambientes naturais simulados mostram que o acesso visual à natureza real oferece os benefícios mais terapêuticos. Isso é inquestionável.
Porém, não se pode ignorar os benefícios conquistados a partir das simulações da natureza. Ok, eles são tão eficientes quando a comparação é com a natureza real, mas, ao mesmo tempo, representam uma melhoria significativa em relação aos ambientes fechados, onde não existe nenhuma conexão visual com elementos da natureza.
No entanto, as pesquisas fazem uma constatação importante. Estímulos visuais desprovidos de contexto, nesse caso, o contexto arquitetônico, tornam-se simbólicos, abstratos, desassociados a um senso de lugar. Assim, quando as imagens perdem sua referência no ambiente, os benefícios restauradores da simulação acabam perdendo importância.
Sem esse elemento central, isto é, a arquitetura, a rigor tudo acaba perdendo sentido.
Quando a semelhança cumpre seu papel
Dois estudos liderados por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Design da Texas Tech University, em colaboração com a Faculdade de Ciências Humanas, foram os primeiros a explorar se todas as imagens da natureza afetam nossos órgãos de percepção da mesma maneira.
A equipe decidiu explorar os padrões de ativação cerebral em adultos saudáveis ao visualizar composições fotográficas de um céu aberto especificamente projetado, em comparação com outros tipos de imagens, incluindo imagens da natureza. Antes deste estudo, não havia evidências conclusivas que verificassem a experiência de pacientes que relataram uma sensação de expansão ao visualizar imagens projetadas do céu.
O estudo recebeu o Prêmio Internacional da Academia de Design e Saúde de Melhor Projeto Internacional de Pesquisa em 2014 por indicar que composições em céu aberto com estruturas de referência espacial envolviam áreas do cérebro ligadas à cognição espacial, ou seja, percepção de profundidade. Para o paciente, fazia muito sentido.
No ano seguinte, a mesma equipe de pesquisadores publicou um segundo artigo intitulado O impacto da natureza simulada nos resultados dos pacientes: um estudo das composições fotográficas do céu no Journal de Pesquisa e Design de Ambientes de Saúde.
O estudo analisou dados de 181 indivíduos designados para salas idênticas, onde a única variável ambiental era uma projeção de um céu diretamente acima do leito do paciente. Constatou-se, a partir desses estudos, a eficiência terapêutica dessa simulação em ambientes fechados.
Portanto, é fundamental que arquitetos e designers compreendam o valor restaurador genuíno das simulações da natureza para alterar a experiência do observador e obter ganhos significativos de bem-estar e, claro, nos espaços corporativos, produtividade.
As plantas artificiais como aliadas nesse processo restaurador
Uma vez comprovada a contribuição de imagens que simulam a natureza na qualidade de vida das pessoas, podemos falar também das plantas artificiais, que podem causar um impacto positivo ainda maior no ambiente.
Hoje em dia, as plantas artificiais premium possuem uma qualidade extraordinária, que reproduzem, com impressionante maestria, as plantas naturais quando se fala em forma, textura, cores, brilho e movimento. A construção é tão perfeita que, às vezes, as plantas precisam ser literalmente tocadas para identificar se são naturais ou artificiais. E acredite: mesmo assim a dúvida poderá persistir.
Atualmente, existe uma ampla oferta de plantas artificiais de excelente qualidade para o cliente escolher. São entre 20 e 30 tipos. As mais populares são as samambaias, as heras e as tradescantias, mas o desenvolvimento é para fazer esse número crescer a dia após dia. Os fabricantes gostam do imenso desafio de reproduzir em um processo artesanal um novo modelo de planta e estão abertos a receber sugestões de novos tipos.
As plantas artificiais são recomendadas para situações nas quais os ambientes não tem iluminação natural suficiente, possibilidade de incluir a rega automatizada, não tem fácil acessibilidade ao local e, também, nos casos em que os custos com a manutenção pode pesar no final do mês. É bastante comum, portanto, em ambientes internos, seja em empresas ou mesmo em residências.
Por fim, nunca é demais lembrar. As plantas melhoram o humor das pessoas, levam sensação de paz, harmonia e felicidade e podem ser um forte aliado no combate ao estresse e depressão.